“The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” é um grande caldeirão de sopa da pedra que não dá para perceber se...

Editora: Nuclear Blast
Data de lançamento: 12.03.2021
Género: industrial/shock rock
Nota: 3/5

“The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” é um grande caldeirão de sopa da pedra que não dá para perceber se é para agradar ao próprio Rob Zombie ou às massas, tamanha a falta de personalidade arrojada. Tememos que cedo tudo se evapore e digamos: “Ok, é mais um álbum. Próximo!”

Robert Bartleh Cummings – ou melhor, Rob Zombie – é um artista reconhecido e multifacetado com provas dadas em várias áreas. Em 2021 talvez já nem seja preciso revisitar o seu currículo, mas frisemos o seu papel na banda White Zombie e os filmes macabros que realizou, produziu e escreveu, como o alvo de culto “House of 1000 Corpses”.

Com uma mente agradavelmente estranha, a criatividade abstracta do norte-americano materializa-se em títulos como “The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” – é que nem vamos perguntar o que é isto –, o novo álbum acabado de chegar às lojas e às plataformas digitais.

Quando encaramos o alinhamento somos logo apoderados por um susto: 17 faixas! Verdade seja dita: muitas delas são apenas interlúdios de menos de um minuto que nada acrescentam ao álbum e acabamos a questionar o que é que aquelas breves peças estão ali a fazer.

Acto contínuo, façamos uma analogia. Azeite, sal, pimenta e até um bocadinho de alho é o tempero ideal para praticamente qualquer prato. Quando começamos a misturar demais – com mais oregãos, salsa, noz-moscada, louro, cebolinho, molho de soja e por aí fora –, acontece que todos os sabores particulares se perdem e o resultado final sabe uma mistela sem carácter. No máximo dos máximos, sente-se o sal. Neste álbum, o sal encontra-se nas guitarras e na bateria, dois condimentos omnipresentes, mas já todos conhecemos bem o poder salgado daquelas pedrinhas e é isso que acontece aqui: os riffs são sólidos e com o seu impacto metal/rock, mas infelizmente batidos, como se já tivéssemos ouvido aquilo imensas vezes – e na realidade já. Todos os outros ingredientes são as adições orientais, o trip hop, o bluegrass, a electrónica e o sempre fiel industrial quando falamos em Rob Zombie. No fim sabe a tudo e a nada.

Bem, julgamos que já deu para perceber o que é “The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” (sim, escrevemos o título novamente) – um grande caldeirão de sopa da pedra que não dá para perceber se é para agradar ao próprio Rob Zombie ou às massas, tamanha a falta de personalidade arrojada. Claro que o disco não é fraco, é óbvio que tem arranjos engraçados que se combinam bem com a sonoridade roqueira e de choque de Rob, mas tememos que cedo tudo se evapore e digamos: “Ok, é mais um álbum. Próximo!”