"Lamia Satanica" é um disco sinistro e atrevido, mais uma prova de que do underground nascem belas propostas.

Editora: Art Gates Records
Data de lançamento: 19.03.2021
Género: symphonic black/death metal
Nota: 3.5/5

“Lamia Satanica” é um disco sinistro e atrevido, mais uma prova de que do underground nascem belas propostas.

Com pouco mais de duas décadas de carreira, os MartyriuM são a banda metal mais conhecida da ilha de Malta e continuam a debruçar-se sobre magia ancestral, mitologia e feitiçaria ocultista com o novo e quinto álbum “Lamia Satanica”.

Depois de terem apresentado vocalistas promissoras como Vanja Obscure e Mikaela Attard, que elevaram as prestações ao vivo a um novo nível com sensualidade mórbida coberta de sangue, os malteses fazem regressar Sandra Misanthrope aos growls e Pandemonia aos backing vocals em modo soprano.

Com um black/death metal sinfónico na onda de nomes por demais conhecidos na cena mundial, como Carach Angren ou Dimmu Borgir, cada faixa pode ser tida como uma peça de teatro, com estruturas dignas de actos bem delineados em que se sente a existência de uma narrativa, com picos e vales, antecipação e clímax. De habituais orquestrações a arranjos mais incomuns, que surgem de noções electrónicas, “Lamia Satanica” é um ritual imponente e pomposo, com uma magnitude que porá em sentido qualquer banda do underground que tenha a intenção de enveredar por estes arrojados caminhos. Contudo, e por mais que as guitarras sejam audíveis (com riffs afiados), a verdade é que a ala orquestral é a mais preponderante e significativa, ofuscando assim tudo o resto e criando-se até uma cacofonia indesejada em certos momentos.

Tendo-se em conta que é um disco sinistro e atrevido, “Lamia Satanica” é mais uma prova de que do underground nascem belas propostas que, por uma razão ou por outra que nem sempre controlamos, teimam em deambular apenas pelo subsolo de Hades. Se gostas de black metal sinfónico, então dá uma oportunidade aos MartyriuM!

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