“Fortitude” é tudo o que esperas e precisas: uma experiência sonora que te deixará a maravilhar ao ponto de ficares quase... Gojira “Fortitude”

Editora: Roadrunner Records
Data de lançamento: 30.04.2021
Género: death/groove/prog/post metal
Nota: 4/5

“Fortitude” é tudo o que esperas e precisas: uma experiência sonora que te deixará a maravilhar ao ponto de ficares quase sem fôlego.

Literalmente de uma cabana para o mundo como contámos na passagem dos 20 anos de “Terra Incognita”, os eco-metaleiros Gojira evoluíram do death metal para algo mais moderno e diversificado que passou a ser impossível de não se notar principalmente a partir de “L’Enfant Sauvage” (2012). Em 2016 deu-se a confirmação de que Gojira se transformou numa das bandas gigantes do metal além metal com o atmosférico e ultra-melódico “Magma”.

Cerca de cinco anos depois, o colectivo dos irmãos Duplantier (Joe na guitarra e voz e o polirrítmico Mario na bateria), sem esquecermos Christian Andreu (na outra guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo), só sabe melhorar e seguir em frente, desta feita com “Fortitude”.

Do groove/thrash metal da inaugural “Born for One Thing” avançamos de imediato para o pulmão da Terra com a exótica “Amazonia”, e tudo funciona – sabemos logo que estamos perante um enormíssimo álbum de metal contemporâneo. Depois, “Hold On” apresenta-nos cinco minutos e meio de antecipação em constante crescimento e “New Found” é sinónimo de hipnotismo.

A sétima “The Chant” é o grande êxito para as massas com melodias pop traduzidas em rock/metal (facilmente se imagina esta música numa versão electrónica à Depeche Mode) e vozes habilidosamente atraentes. Por seu turno, a nona “Into the Storm” não fica atrás quanto a possível sucesso massificado, ainda que seja mais metal e técnica com toda uma contundência explosiva que acalma q.b. com linhas melódicas memoráveis e uma letra brutalmente edificante (“Put your fist in the air!”).

Umas faixas em frente e “Grind” fecha com um som já de si protagonizado pelo próprio título ao ser a composição mais extrema do álbum quando exibe numa primeira parte antigas reminiscências e numa segunda mais etérea a actualidade técnica e algo progressiva da banda.

No cômputo geral, “Fortitude” está repleto de leads altamente orelhudos e de fácil assimilação que cruzam sons post-rock e epicidade à Iron Maiden (nem sempre mas algumas vezes), tapping e guinchos breves (o que é praticamente obrigatório nesta fase da carreira quando falamos das guitarras), refrãos de bradar aos céus e detalhes tribais que se encontram com o industrial muitíssimo saborosos (cortesia do extraordinariamente minucioso Mario Duplantier).

Se és daquelas pessoas que está aberta a evolução e se Gojira é uma das tuas bandas de eleição particularmente quanto a esse aspecto, então “Fortitude” é tudo o que esperas e precisas: uma experiência sonora que te deixará a maravilhar ao ponto de ficares quase sem fôlego.