Entrevista épica com George ‘Corpsegrinder’ Fisher, um herói dos nossos tempos
Entrevistas 24 de Abril, 2021 Metal Hammer
Peluches, máquinas de brindes e Cher – o vocalista dos Cannibal Corpse, George “Corpsegrinder” Fisher, está a vencer na vida.
George “Corpsegrinder” Fisher é um deus entre os homens. Sim, é muito famoso por ser o vocalista, com aquele pescoção, do rolo compressor do death metal que é Cannibal Corpse. Só por isso, merece entrar nos salões de Valhalla.
Mas há um outro Corpsegrinder, um que o mundo não vê. Esse Corpsegrinder é um homem de família que passa o seu tempo livre a jogar World of Warcraft e a partilhar fotos de si mesmo no Instagram com os braços repletos de peluches que ganhou em máquinas de brindes. Este Corpsegrinder relaxa e ouve The Cranberries e música country, e até sai com a Cher. Sim, isso mesmo: a Cher.
Facto é que George “Corpsegrinder” Fisher está a vencer na vida a todos os níveis. Portanto decidimos apanhá-lo para descobrir como é ser o herói que o mundo precisa neste momento.
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Antes de começarmos, como é que te chamo? George? Corpsegrinder? Corpsey?
O que preferires. A maioria dos fãs chama-me Corpsegrinder. O Rob Barrett [guitarrista dos Cannibal Corpse] chama-me Grinder, mas eu conheço-o há mais de 25 anos. A minha esposa chama-me Georgie. As pessoas já me chamaram Georgie em palco, mas vou deixar bem claro: [com um falso olhar maldoso] ninguém me chama Georgie, excepto a minha mãe e a minha esposa.
Ora então, há um novo álbum de Cannibal Corpse – “Violence Unimagined”. Imagina que nunca tinha ouvido Cannibal Corpse. Vende-nos isso bem.
Normalmente diria que é apenas death metal, mas se nunca ouviste Cannibal Corpse, então não saberias o que é death metal. Portanto, diria apenas que é rápido, pesado e com algumas partes cativantes. Algumas pessoas desaprovam a palavra groove no mundo do death metal, mas podes entrar nessa. Não quero dizer aquela cena cliché, do tipo: ‘É o nosso melhor álbum até agora.’ Mas é fresco. Não detesto a “Hammer Smashed Face” e a “Devoured by Vermin”, mas tocámos essas músicas uma tonelada de vezes. Isto é mais fresco.
É o teu 11º álbum com Cannibal Corpse. Quando é que paraste de te sentir o gajo novo na banda?
Nem sei se alguma vez olhei para isso assim, mas provavelmente após termos feito todas as digressões do [primeiro álbum de Corpsegrinder em CC] “Vile”. Estava apenas focado em dar os concertos, portanto não sei se alguma vez me senti o gajo novo. Eu estava do tipo: ‘Ok, estou na banda, vou mostrar o que faço, vai ser diferente do Chris [Barnes, vocalista original dos CC].’ Eu era um idiota arrogante. Eu não estava preocupado que as pessoas não gostassem: ‘Se não gostas, és um idiota do caralho.’ Eu estava apenas a tentar mostrar ao mundo: ‘Ei, estou aqui e estou não vou sair.’
Podemos falar sobre o teu Instagram?
Claro.
Partilhas muitas fotos tuas com a tua esposa e os teus filhos, e parecem muito felizes. Isso não é muito death metal, pois não?
[risos] Não em comparação às coisas sobre as quais cantamos, não. Não tive Instagram durante muito tempo porque sou apenas um velhote. Mas o nosso técnico de som / tour manager é mais jovem e mais moderno, e disse: ‘Pá, precisas dum Instagram!’ Ele disse: ‘Deixa-me ver algumas fotos no teu telemóvel.’ E depois mostrou-me como fazer tudo.
Sabes aquele meme? Diz “Make Them Suffer” e tem uma foto minha com minha filha mais velha quando ela era pequenina. Apanharam isso na página de Facebook da minha esposa, e ela ficou chateada. Ela estava do tipo: ‘São os nossos filhos – se alguém vai saber deles, prefiro que as pessoas saibam deles por nós do que por outra fonte.’ Então comecei a partilhar fotos minhas, da minha esposa e dos meus filhos.
Não é uma coisa perfeitamente trabalhada. Se eu tirar uma foto, vou partilhá-la. Se sairmos, vou tirar uma selfie e partilhar. Ou farei uma partilha de aniversário para a minha esposa ou fotos de aniversário para as crianças. Há muita negatividade por aí, e, acredita em mim, também me passo com cenas, mas não quero estar na minha página a reclamar sobre o que acho que é certo e errado. E não estou sempre a partilhar – não partilho cinco ou dez fotos por dia.
Mas quando partilhas, é em grande.
Demoro uma eternidade a fazer um post. Tiro um screenshot da minha partilha antes de a publicar, mostro-a à minha esposa e digo: ‘O que achas?’ Ela, sentada mesmo ao meu lado, e dirá: ‘Sim, parece bem, mantém a simplicidade.’ Quando as pessoas me perguntam por que é que não escrevo letras, é por isto – porque levaria um ano para escrever uma música.
Lês os comentários?
Leio, e às vezes há comentários maus. Alguns não vou tolerar, mas isso é muito raro – terias de dizer algo que é completamente ignorante até mesmo para mim, e olha que eu canto em Cannibal Corpse. Mas vejo muitas pessoas a dizerem: ‘Isto faz o meu dia.’ E isso é que faz o meu dia.
Viste aquele meme contigo e com o Jon Schaffer, em que ele está a passar-se no Capitólio e tu estás a sorrir e com um monte de peluches? Diz: “In a world of Jon Schaffers, be a Corpsegrinder”…
[parece envergonhado] Sim. No início, quando aquilo tudo aconteceu, eu fiquei do tipo: ‘Ena pá, no que é que estás a pensar?’ Percebo que aches que algumas coisas não estão bem no país, mas eu nunca iria a esse extremo.
Acho que a minha esposa viu o meme primeiro e depois mostrou-me. Eu estava do tipo: ‘Bem, isto é bom, fico feliz que algumas pessoas me tenham em tão alta consideração.’ Acho que é justificado pelo menos com base no facto de que eu não faria nada assim. Mas repara, não estou a tentar julgá-lo.
Há muitas partilhas no Instagram de ti com peluches que ganhaste em máquinas de brindes. O que se passa?
Adoro máquinas de brindes. Pode lá estar qualquer coisa – pode ser uma personagem de desenhos-animados de que eu não gosto e vou pegá-lo na mesma.
Vi um vídeo no YouTube dum tipo que foi expulso duma sala de jogos, e ele tinha um sistema para ganhar – alguém lhe disse onde tocar nas laterais da máquina ou numa determinada área, e assim ganhas sempre. Do tipo, testar os sensores ou algo assim. Isso é como empilhar o baralho de cartas ou fazer batota no Monopólio. Na realidade não ganhaste. Eu sei que ganhei honestamente cada coisa que consegui numa máquina de brindes.
Qual é o segredo?
[com entusiasmo] Manejo a garra. Sou como uma criança na Disney. Vejo o que está lá e depois vejo como se posiciona lá dentro. Há algo em cima? Tenho de mover aquilo?
Assim que vejo como a garra reage, saberei se vou ganhar. Se os ganchos da garra estiverem muito soltos ou se talvez a máquina tiver sido muito usada, às vezes as coisas simplesmente escorregam.
Se houver uma figura humanóide ou uma criatura com braços ou pernas, tentarei enfiar a garra entre as pernas e o ombro. Se não consigo fazer isso porque está inclinado, tentarei movê-lo para um sítio onde fique no espaço certo. Mas se eu pegar algo e estiveres por perto a olhar para mim, então não tens permissão para falar. Quando cair no buraco e estiver lá no fundo para o apanhar, então podes dizer: ‘Conseguiste!’ Mas se disseres qualquer coisa enquanto eu estiver com a garra… É quando me vês maluco.
A sério?
Juro-te que gritei com uma criança uma vez. Estávamos no Texas numa máquina dessas. Agarrei um carro – era um Dale Earnhardt Sr, No. 3. A minha mãe sempre viu Nascar, e aquele era o carro dela. Queria-o para ela.
Enfim, aquele miúdo estava a observar-me. Eu disse a toda a gente que não podiam dizer nada até que [o brinde] estivesse no buraco. Então eu pego na garra e a máquina está a pegar, e ele diz: ‘Conseguiste!’ E é tão certo como aquela merda ter caído.
Virei-me para o miúdo e disse: [olhar de mau] ‘Sai já daqui.’ Ele ficou do tipo: ‘Oh, desculpa.’ Eu disse: ‘Eu avisei, caralho, por que é que fizeste isso?’ [Cerra os dentes] Fico chateado só de pensar nisso.
Sê honesto, quão bom és?
Uma vez estávamos numa paragem Flying J e eles tinham personagens da Disney nas máquinas de brindes – era uma das grandes. Juro pelos meus filhos, ganhei quatro de uma vez – eram uns OVNIs. Saí e as pessoas ficaram do tipo: ‘Chiça!’
Noutra vez estávamos no Walmart na época do Natal. Ganhei algumas coisas, mas estava lá um miúdo que não tinha nada. Virei-me: ‘Toma, podes ficar com o meu.’ Os pais ficaram do tipo: ‘A sério?’ A mãe estava a lacrimejar. Eu disse: ‘Não faças isso, senão também fico assim.’ Ela disse, do tipo: ‘Estás a fazer isso porquê?’ Eu disse: ‘Bem, porque vou doá-los de qualquer maneira.’
Então ganhas aquilo tudo e dás para s caridade?
Simplesmente gosto de brincar com aquelas máquinas. Economizo moedinhas, e, quando ganho, faço uma doação às crianças no Natal ou algo assim. Certa vez tocámos algures no Michigan, e a sala em que íamos tocar tinha um reclame a dizer: ‘Em tal e tal data vamos fazer uma doação de brinquedos.’
Descobri quem tomava conta da sala e disse: ‘Então és tu que estás encarregado desta doação de brinquedos? Ganhei uma carrada de peluches nesta digressão eu vou dar-tos.’ E eles ficaram do tipo: ‘Não queres antes dá-los aos teus filhos?’ Se houver algum que eles queiram, meto-os num saco separado, mas de qualquer maneira eles já têm peluches suficientes.
Coleccionas bonecos de banda-desenhada e de videojogos. Qual é a melhor coisa em que já gastaste muito?
Acho que gastei $500 numa réplica duma espada do World of Warcraft. Chama-se Frostmourne, a espada do Lich King. [vira-se para apontar para as prateleiras atrás] Isto é o Elmo de Sauron, de “O Senhor dos Anéis”. A minha esposa deu-mo no Natal. Aqui, ao lado, mesmo atrás de mim, está o Martelo de Thor, que é uma réplica do martelo da banda-desenhada, não do filme. Também foi ela que me deu. A Frostmourne – eu mesmo a paguei, mas foi a minha esposa quem me comprou a maioria dos itens coleccionáveis.
Há um tipo que fez uma figura única do Corpsegrinder. O que é mais emocionante: isso ou ser um NPC no World of Warcraft?
Bem, a figura única foi comovente. Alguém se deu ao trabalho de pensar em mim para fazer a figura, para além de ma enviar e não a guardar para si mesmo. Isso é simplesmente lisonjeiro e, obviamente, a personagem [no jogo] feita de mim também é. Jogo World of Warcraft há 16 anos ou algo assim. Um dos meus amigos disse: ‘Pá, eles vão fazer de ti uma personagem, garanto-te.’ Eu disse: ‘Por que é que fariam de mim uma personagem? Sou apenas um idiota numa banda de death metal.’
Depois saiu o “Wrath of the Lich King” – quando vais fazer as missões, eles mandam-te falar com Gorge the Corpsegrinder. Quando eu vi aquilo, fiquei do tipo: [olhos arregalados] ‘O quê?!’ A melhor parte é que ele é um orc. Se eles tivessem feito uma qualquer outra personagem, eu diria: ‘Vá lá, pessoal.’ Mas não, eles fizeram um orc, e chamaram-lhe Gorge. Não lhe chamaram George the Corpsegrinder porque provavelmente teriam de me pagar! [risos] Mas de qualquer maneira, eu teria dito: ‘Não, vão em frente.’
Já te sentiste tentado a atacar-te quando estás a jogar?
Se jogasse com a Alliance, provavelmente atacaria, sim. [repentinamente sério] Mas qualquer pessoa que me conhece sabe uma coisa: eu nunca jogo com personagens da Alliance. Sou da Horde para sempre. Quando se trata de World of Warcraft, sou racista: não gosto de anões, gnomos e elfos. Não há maneira de jogar com qualquer uma dessas personagens de merda. Todos os meus amigos jogam na Horde, mas se me mostrassem o jogo e dissesse ‘estamos a jogar na Alliance, estas são as personagens que podes ser’, eu diria: ‘Vai-te foder.’
É verdade que és um grande fã de The Cranberries?
É. Quero dizer, não tenho tudo deles, mas há alguns álbuns que tenho e de que gosto.
Cranberries à parte, o que é que o Corpsegrinder ouve quando quer uma pausa do metal?
Ouço algumas bandas-sonoras aqui e ali. Adoro a banda-sonora do primeiro filme do “Conan, the Barbarian”, do Basil Poledouris. O filme é excelente, mas a banda-sonora é que é – se ouvires e fechares os olhos, consegues ver o filme.
Ouço muita música country da velha-guarda. Eu, o nosso tour manager Johnny e o nosso técnico de bateria Chris gostamos de country da velha-guarda. Temos uma playlist que tocamos no autocarro: temos algumas cenas de Dolly Parton, algumas de George Jones, Waylon Jennings. O Alex [Webster, baixista] senta-se e tolera. Mas o resto dos gajos ficam do tipo: ‘Ugggh’.
Então, para quando o álbum a solo de música country do Corspegrinder?
[risos] Bem, tinhas de esperar que o Corpsegrinder fizesse uma operação à garganta para que primeiro conseguisse manter uma nota. Quero dizer, seria óptimo, mas acho que nunca vai acontecer.
Qual foi a coisa mais estranha que já te mandaram para o palco?
Talvez um dildo.
Até tenho medo de perguntar, mas o que é que fizeste com o dildo?
Devo ter sido estúpido e apanhei-o e abanei-o. Tenho a certeza de que os outros gajos estavam a pensar: ‘O que é que estás a fazer, seu idiota?’
Alguma vez encaraste uma plateia que realmente vos detestava?
Não sei de ninguém que realmente nos deteste, porque provavelmente tê-los-ia mandado foder e acho que me lembraria disso. Tivemos algum público em que nada os excitava, mesmo que grites com eles. Acho que se estás ali, com toda uma energia reprimida que está armazenada há uma semana ou por causa do tempo que andas à espera dum concerto, então não há razão para estares só a brincar com a pila.
Mas por outro lado, uma vez tocámos na América do Sul e o pessoal invadiu palco. Foi caótico, coisas nossas foram roubadas. O concerto foi cancelado pela polícia. E na Rússia houve merda a acontecer há alguns anos.
O que é que aconteceu na Rússia?
Apenas uma merda de doidos. Os concertos foram cancelados – alguns foram cancelados quando estávamos prestes a subir ao palco. Um foi cancelado quando estávamos a meio duma música.
Nunca o esquecerei. Os polícias chegaram e estavam com equipamento de choque – escudos e caçadeiras –, e havia um gajo que me estava a dizer para parar. Eu conseguia ver a polícia, mas não sabia o que fazer, portanto continuei a fazer headbanging e a cantar – acho que era a “Dormant Bodies Bursting”. Esse gajo disse: ‘Parem, cortem a música.’ E ele virou-se e fez sinal ao polícia que estava a empunhar a arma e a olhar para mim, do tipo: ‘Ei, parem a música.’ Depois fiquei do tipo: ‘Acho que eles não querem que toquemos mais…’ [risos]
Qual era o problema?
Acho que foi porque o pessoal estava a fazer headbanging ou algo assim. Não sei. Nalguns desses concertos só nos diziam às nove da noite da noite anterior que precisávamos de licenças para tocar no dia seguinte, o que era literalmente impossível. Depois, noutra ocasião, alguém disse que suspeitava que havia ali drogas e isso atrasou o concerto enquanto havia uma rusga. ‘Agora já podem tocar.’ Só que não, porque faltavam apenas 30 segundos para o recolher obrigatório.
Num dos concertos que foi cancelado pedimos ao promotor para dizer ao público: ‘Eles não podem tocar, mas, se esperarem, vamos deixar-vos ir lá atrás e eles vão dar autógrafos, como um meet-and-greet.’ É do tipo: o que mais podemos fazer por aquela malta?
Nunca me esquecerei duma rapariga. Ela tinha talvez uns 18, 19 anos, e chorava muito: ‘Esperei quatro anos para vos ver e agora acho que nunca mais vou conseguir.’ Aquilo deixou-me zangado – não porque ela estava a chorar mas por causa da razão pela qual ela estava a chorar. Aquilo partiu-me o coração.
Repara, eu sei que nem tudo está bem aqui na América, e sei que temos alguns problemas com os quais temos de lidar, mas quando vejo as pessoas a reclamarem sobre como as coisas estão más, pá, eu penso: ‘Não fazes ideia.’ Há muitas coisas que a humanidade podia melhorar.
Voltaste à Rússia depois disso?
Não, não temos autorização. Talvez pudesse ir à Rússia de férias, mas, pelo que sei, Cannibal Corpse foi banido da Rússia.
Quem é a pessoa mais famosa que já tiveste nos bastidores dum espectáculo de Cannibal Corpse?
Bem, há um jogador da NHL chamado Yanni Niedermayer – agora é nosso amigo. Ficámos maravilhados por ele saber quem éramos. E fizemos uma digressão com o Ice-T, e ele é famoso como o caraças. Tocámos naquela digressão do Mayhem [Festival], e os Body Count também lá estavam. Via-o na lateral do palco – ele e o filho Little Ice. Ele dizia: ‘Corpsegrinder, como raio fazes essa merda com a tua cabeça?’ Ele está a falar comigo, e eu: [boquiaberto] ‘Merda, é o Ice-T.’ E tocámos para o filho da Cher, e conhecemos a Cher.
Espera, conheceste a Cher?
Sim. O filho da Cher, o Elijah, está na banda Deadsy, é um grande fã de Cannibal Corpse, e ele queria que viéssemos a LA e que tocássemos na sua festa de aniversário na Viper Room – talvez há 15 ou 20 anos. O aniversário dele é dois dias depois do meu, então a minha esposa e eu fomos uns dias antes: ‘Apanhamos um voo, ficamos uns dias e depois damos o concerto.’
Um dia antes do concerto, o Elijah convidou-nos para ir à casa da Cher. Quando chegámos, ela não estava – tinha ido às compras. Eu estava do tipo: ‘Sim, claro que a Cher foi às compras.’ Mas eu não sabia que ela tinha voltado. Eu estava a conversar com o Elijah e a minha esposa começou a bater-me no braço. Eu digo: ‘O que é?’ E ela só sussurra: ‘É a Cher!’ Eu fico do tipo: ‘Ok, é porreiro, mas não é como conhecer o King Diamond ou o Chuck Billy.’ Porque fico maravilhado com esses gajos.
Ela foi muito simpática. Nós ali e a Cher a fazer-nos comida e outras cenas. Ela também foi ao concerto. Pedi-lhe desculpa por ter que ouvir Cannibal Corpse, mas ela disse: ‘Não, eu gostei.’ Eu disse: ‘Vá lá, Cher, faz o gesto do metal.’ E ela disse: ‘Querido, eu já era do metal antes de teres nascido.’ Eu fico do tipo: ‘Porra – acabei de ser lixado pela Cher!’
A Cher ainda anda por aí nos seus setentas. Achas que ainda cantarás death metal quando tiveres 70?
Setenta? Se a minha voz durar, talvez. Isso é daqui a 20 anos. Primeiro tenho de chegar lá. Sabes, nunca digo nunca. Como me sinto agora, com certeza.
Se a voz te falhar, podes sempre fazer um álbum de música country.
Se a voz do death metal falhar e eu conseguir cantar como o Steve Parry, faço-o.
Fizemos a entrevista e nem perguntámos pelo teu pescoço. Já te fartaste de ouvir as pessoas a falarem sobre isso?
Não, faz parte. Não posso ter ciúmes do meu pescoço – o que faria sem ele? Algumas mulheres que trabalham na indústria adulta têm os seus money-makers. Eu canto em Cannibal Corpse e o meu pescoço é o meu money-maker. Giro o meu pescoço para ganhar dinheiro.
Se fizeres uma associação de palavras sobre George Corpsegrinder, a primeira coisa que as pessoas dirão é pescoço. Pescoço e headbanging. Não vão dizer: ‘Ele é o melhor vocalista.’ Vão dizer: ‘O pescoço dele.’ Mas sabes, podia ser recordado por coisas piores. Podia ser recordado por ser um idiota de todo o tamanho.
Consultar artigo original em inglês.
Lê também a entrevista a Alex Webster aqui.


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