Género: melodic death metal / post-metalOrigem: CanadáÚltimo lançamento: “Bloom Filter” (2017)Editora: independenteLinks: Facebook | BandcampEntrevista: Soraia Almeida | Review: Diogo Ferreira Bloom Filter é...

Género: melodic death metal / post-metal
Origem: Canadá
Último lançamento: “Bloom Filter” (2017)
Editora: independente
Links: Facebook | Bandcamp
Entrevista: Soraia Almeida | Review: Diogo Ferreira

Bloom Filter é daquelas bandas que tem de se ouvir para crer, sendo que palavras não bastam. Com uma sonoridade revigorante, a dupla canadiana mistura melodic death metal com post-metal, o que faz deles indicados tanto para fãs de Dark Tranquillity como de Russian Circles.

«Pretendemos criar algo único que evocasse um propósito em nós. »

Objectivos
Blake: «Os meus objectivos para o Bloom Filter vêm ao encontro da vontade de criar algo verdadeiro para nós, enquanto músicos. Tinha de abranger tudo o que realmente gostamos e excluirmos o que não queríamos. Da minha parte podem esperar algo pesado, com ritmos esmagadores mas interessantes, e alguns leads de baixo de vez em quando.»
Adam: «Para mim, este trabalho teve o objetivo de fundir os nossos conceitos musicais de uma forma apelativa e do qual pudéssemos gostar verdadeiramente. Um dos meus principais objetivos com este lançamento era criar uma explosão de sensações enquanto experimentava sons diferentes, tendo uma performance musical limpa e precisa.»

Conceito
Blake: «Acho que não tínhamos um conceito em mente, simplesmente começámos com um processo de improvisação e composição como qualquer outro músico faz. Mas depois que compormos as primeiras versões dos temas “Contagion” e “Substantiant”, percebemos que tínhamos algo atractivo que as pessoas poderiam ter interesse em ouvir. Musicalmente, há melodias e ritmos que unem as músicas do álbum. Diria que esse é o conceito.»
Adam: «Como o Blake referiu, o que une as músicas são segmentos melódicos ou rítmicos particulares. Nos temas “Orbital I” e “Orbital II” existem apontamentos melódicos; há também uma música chamada “Ennui” que reproduz repetidamente essa mesma parte sonora. Existem outros pequenos registos melódicos difundidos pelas restantes músicas. Por outro lado, são utilizados diferentes excertos vocais de forma a criar um significado, ao invés de usar berros ou guturais. Mas claro que ainda gostamos esse tipo de vozes!»

Evolução
Blake: «Procuramos sempre ter elementos de black metal, de post-rock, entre outros estilos, na nossa música. Mas, como artistas, pretendemos criar algo único que evocasse um propósito em nós. Tal como disse na primeira resposta, é uma mistura de tudo o que o Adam e eu idolatramos na música. Contudo, os nossos gostos são cada vez mais amplos, e dizer que este álbum contempla tudo o que eu adoro na música, não seria verdade.»
Adam: «Acrescento apenas que o Blake e eu temos praticamente as mesmas influências musicais – não importa o que ouvimos individualmente, nós gostamos sempre da música que o outro ouve. Parece que partilhamos o mesmo “cérebro musical”. Quando começámos a compor os temas para o álbum, estávamos muito focados na nossa performance instrumental e na composição, mas quando começámos a gravar, deixámos que algumas das nossas influências electrónicas e ambientais se fizessem destacar.»

Influências
Blake: «Queria mesmo que a nossa música fosse pesada como uma “tonelada de tijolos”, percebem? Queria algo que fizesse mover a pessoa que está a ouvir. Fui influenciado por bandas que usam guitarras de oito cordas, como Meshuggah e Portal. Também gostava que houvesse elementos rápidos de black metal. O Adam e eu somos grandes fãs das variantes do black metal e da tenebrosidade ligada a ele. É natural que também sejamos influenciados por muitas bandas de black metal, modernas e clássicas, como Mayhem, Darkthrone, Enslaved, Altar of Plagues, Oranssi Pazuzu, etc.. Todas essas bandas tiveram uma influência gigantesca em nós e, provavelmente, levaram-nos ao produto final, mas não acho que Bloom Filter soe a algo já ouvido antes.»
Adam: «Este disco é definidamente mais voltado para o black/death metal. Somos grandes fãs de bandas como Rotting Christ, Origin, Cryptopsy, Gorguts, e outras tantas. Na altura, também fomos inspirados por outros tipos de música instrumental, particularmente música clássica, como Bach, Schoenberg, bandas-sonoras de filmes e música minimalista, como Steve Reich e Terry Riley. Perto do fim da gravação do álbum, ouvíamos constantemente os mesmos artistas, como Russian Circles, Burial, J Dilla, por aí. Ouvir todos estes estilos musicais influenciou a nossa produção e, por outro lado, fez com que fosse mais divertido trabalhar nela.»

Futuro
Blake: «O que vem a seguir? Acabar a escola, ganhar dinheiro e mostrar mais Bloom Filter ao mundo.»
Adam: «Neste momento, estou a tentar melhorar musicalmente com aulas de guitarra e composição. Aos poucos, também estamos a compor o nosso próximo trabalho, e mal posso esperar para mandar mais músicas cá para fora!»

Review: O Canadá é cada vez mais berço de bandas interessantes. Dos famosos Rush e Kataklysm a nomes menos conhecidos, mas tão bons, como Forteresse e Numenorean, os Bloom Filter quase que percorrem todas estas bandas. Baseada em death metal melódico, a dupla explora, com notável evidência, nuances de post-metal indicado para fãs de Russian Circles. O tecnicismo, sem ser demasiado espampanante, é outro factor a ter em conta neste álbum de estreia. Bom esforço!

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