Para os nacionais Uivo Bastardo, ainda a noite é uma criança e "Clepsydra" é só o ponto de partida para algo que a banda...

Género: metal/rock industrial
Origem: Portugal
Último lançamento: “Clepsydra” (2019)
Editora: Ethereal Sound Works
Links: Facebook | Bandcamp
Entrevista e Review: Diogo Ferreira

Para os nacionais Uivo Bastardo, ainda a noite é uma criança e “Clepsydra” é só o ponto de partida para algo que a banda quer que seja maior: a sua existência e o seu impacto.

«Pretendemos fazer dos palcos o ecossistema privilegiado para o disco se afirmar junto das pessoas.»

Objectivos: «Com este disco, que é a nossa estreia, apresentamo-nos ao mundo. Queremos partilhar a nossa visão, porque sentimos que temos coisas para dizer e fazer. Se não fracassarmos neste propósito, julgamos que conseguiremos criar os alicerces de uma identidade sonora e lírica que nos singularize. Essa é a maior ambição e, simultaneamente, o compromisso que qualquer pessoa com interesse pela banda poderá tomar como certo.»

Conceito: «O conceito que dá uma espécie de coerência temática ao disco remete para uma atitude de pessimismo existencial. É, portanto, uma temática de desencanto marcada por muitas pulsões misantrópicas. O título, inspirado no livro de Camilo Pessanha, condensa precisamente isso. Os vários temas são, no essencial, derivações desta ideia geral.»

Sonoridade: «Não temos, nem tivemos, nenhum rumo musical pré-definido. Na verdade, aquilo que sentimos é que apesar de não estarmos propriamente a protagonizar alguma espécie de revolução musical, acabamos por desenvolver algo que não é passível de ser linearmente arrumado em categorias bem estabilizadas. Temos uma postura e visão eclécticas e integramos várias sonoridades. O importante mesmo é que o ponto de chegada soe a algo musculado, intenso, orgânico e visceral, apenas porque é assim que sentimos e entendemos a nossa música. Se quisermos reduzir a nossa sonoridade ao seu elemento constituinte mais básico e essencial, diríamos que isto é rock. Rock bruto e visceral.»

Influências: «É uma análise que não conseguimos fazer em causa própria. Certamente que haverá influências, mas são inconscientes e subliminares, dado que o processo nunca se desenvolveu na lógica de ser desencadeado/inspirado por um estilo definido ou por bandas em concreto. Todos temos várias preferências e gostos diversos, mas estes não operam de uma forma directa na composição. Somos pessoas com backgrounds diferentes e com preferências também muito plurais.»

Futuro: «Agora que o disco é uma realidade e está a ser divulgado, a ideia é tentar aproveitar todas as boas oportunidades para o tocar ao vivo. Pretendemos fazer dos palcos o ecossistema privilegiado para o disco se afirmar junto das pessoas. Queremos fazer mais coisas. Isto é ainda o início de um percurso que se quer maior.»

Review: Tida como uma grande promessa para este 2019 no panorama nacional, a banda de Lisboa tem em “Clepsydra” o seu álbum de estreia. Fortemente alicerçados nas letras que pretendem ser um ponto central com o seu teor existencialista, a sonoridade geral dos Uivo Bastardo mistura-se em si própria com soundscapes que vão do rock ao metal, sempre com arranjos de fundo (electrónicos e industriais) que oferecem uma cor sónica preponderante, de modo a que sintamos enorme gosto em ouvir “Clepsydra”.

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