A estreia dos Surma é um bom apontamento artístico para um quinteto já com uma certa reputação e história na indústria. “The Light Within”... Surma “The Light Within”

Editora: Metal Blade
Data de lançamento: 06.11.2020
Género: symphonic metal
Nota: 3/5

A estreia dos Surma é um bom apontamento artístico para um quinteto já com uma certa reputação e história na indústria. “The Light Within” deverá agradar a fãs acérrimos de um metal sinfónico encabeçado por vozes femininas.

Surma é um recente grupo de metal sinfónico que deriva o seu nome em várias inspirações, acrescentando um toque de sofisticação a uma banda que pretende relevar a sua componente narrativa com letras inteligentes e uma história bem delineada. Ora, “The Light Within” é o álbum de apresentação que esteve a ser preparado durante 2019 após a fundação em 2018.

A banda é referida pela sua editora como um dos pontos focais da indústria musical contemporânea – a verdade é que há um belo conjunto de grupos que consegue rivalizar nesse aspecto. Os Surma têm, portanto, uma tarefa hercúlea para se equipararem a bandas como Epica ou Nightwish, apesar de algumas diferenças artísticas existentes.

“The Light Within” é o disco de apresentação, perfeito para a ocasião, realmente. As tonalidades são muito cinematográficas e grandiosas, com quase todas as faixas a serem épicas e muito trabalhadas. Rapidamente se percebe, pela faixa instrumental na abertura, intitulada “Rendition”, que o objectivo é criar um álbum monumental e magnífico, acabando por simbolizar o conjunto de treze faixas que compõem este longa-duração. Ao longo do álbum, o metal torna-se cada vez mais um metal sinfónico eléctrico com uma forte predominância na guitarra eléctrica e na voz de Viktorie Surmøvá, que tem aqui um excelente trabalho vocal que melhora de faixa para faixa. A vocalista acaba por se tornar na figura de proa com muito por mostrar ainda, sendo, para esta banda, um dos pontos a ser alvo de grande atenção no decorrer dos próximos anos.

É de admitir que este “The Light Within” pode não vir a agradar a gregos e a troianos, sobretudo pela sua forte inclinação a um metal sinfónico moderno e muito orquestral, que, principalmente para fãs de metal mais vigoroso, poderá não agradar de todo. A realidade é que este disco de apresentação acaba por ser o esplendor artístico para o grupo, com o guitarrista a afirmar uma «enorme liberdade criativa» que ajuda à composição de faixas muito empurradas e incentivadas pela grandiosidade narrativa e produção instrumental, com “Reveal the Light Within”, “The Selkie”, “Until It Rains Again” e “Cages of Rage” a encabeçarem a frente criativa deste disco.

A estreia dos Surma é um bom apontamento artístico para um quinteto já com uma certa reputação e história na indústria. “The Light Within” deverá agradar a fãs acérrimos de um metal sinfónico encabeçado por vozes femininas, mas não deverá trazer boas-novas a outros que poderiam estar à espera de um metal sinfónico menos orquestrado e floreado.

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