Sarke “Gastwerso”
Reviews 29 de Outubro, 2019 Diogo Ferreira


Editora: Indie Recordings
Data de lançamento: 01.11.2019
Género: black/groove metal / psicadélico
Nota: 3.5/5
Com uma formação de luxo, que inclui o próprio Sarke (Khold), Nocturno Culto (Darkthrone), Steinar Gundersen (Satyricon) ou Anders Hunstad (Satyricon), estes noruegueses oferecem uma veia mais psicadélica e groovy ao black metal.
Bem diferente dos projectos-mãe, este colectivo possui uma agenda própria que assenta numa maior exploração. Se o início, com as faixas “Ghost War” (um título bem aplicado à passada militar da música) e “Echoes from the Ancient Crucifix”, se apresenta numa linha entre o ortodoxo e o simples que mistura black, thrash e groove metal, “Mausoleum” mostra realmente ao que Sarke & Cia. vêm através de uma composição épica e a mid-tempo dominada por teclados que se sobressaem com propósito. Por seu lado, a calma e bonita “The Endless Wait” mostra uma banda mais virada para a suavidade de uma balada aconchegante, mas negra, e exótica até, tanto pelos teclados de uns Camel ou Genesis à 1960s, como pela percussão e voz feminina sensual. Contudo, cedo percebemos que exploração e diferença são realmente a chave deste disco, porque “Ties of Blood” volta a dar-nos um som groovy e com andamento a ritmo de passada larga com semelhanças a certas abordagens efectuadas pelos Darkthrone na sua fase mais punk/heavy metal, só que aqui, no caso de Sarke, com uma produção bem menos crua. Acto contínuo, “In Flames” é o tema mais doomy e breakado, “Rebellious Bastard” une groove e algum psicadelismo a ambiências criadas numa espécie de órgão eucarístico e “Cribs Hand” actua como um choro rematador devido a uma aflição vocal e a uma réstia de diversidade com guitarras a beber de blues aqui e prog, em solo, acolá, sem esquecermos o papel fulcral que as teclas cerimoniais representam.
“Gastwerso” é um álbum muito cumpridor que, sem ser enfadonho e longo, tentará os fãs mais ortodoxos, puxando assim os adeptos de Khold e Darkthrone até si. É, em suma, aparentemente pessoal, algo emocional e, acima de tudo, bonito.

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