Miles To Perdition: legado de Orwell e Huxley em death metal
Subsolo 3 de Novembro, 2020 Metal Hammer
Origem: Luxemburgo
Género: death metal melódico
Último lançamento: “2084” (2020)
Editora: independente
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Com um novo álbum intitulado “2084”, os Miles To Perdition fabricam um death metal melódico que conceptualmente evoca as distopias de George Orwell e Aldous Huxley.
«Death metal melódico e agressivo tocado a uma velocidade vertiginosa é a descrição mais adequada para o som característico de Miles To Perdition.»
O álbum: «Não tínhamos muitos objectivos para o álbum durante a composição. No início queríamos apenas criar um disco a sério, novamente com uma mensagem particular durante tempos estranhos. Mudámos um pouco a maneira de compor. As guitarras deveriam soar mais dramáticas e melódicas, apenas para deixar a música respirar um pouco mais mas sem perder o tipo de abordagem agressiva.
O positivo é que este disco de meia hora mostra o lado mais bem-sucedido da banda desde o início de todo este projecto. A banda desenvolveu-se até ao death metal melódico de pleno direito. As guitarras libertam riffs abrasadores, a bateria martela até à morte, o baixo surpreende novamente com execuções progressivas e as vozes são o mais puro veneno. O álbum termina com uma jóia de treze minutos, o que nunca aconteceu antes.»
Conceito: «O álbum “2084” reflecte a dicotomia entre utopia e distopia. Embora se refira a acontecimentos actuais, a banda também considera obras-primas da literatura distópica, como “1984” ou “Admirável Mundo Novo”, e a abordagem à ficção-científica projecta a humanidade no ano 2084. A oposição binária entre esperança e desespero é omnipresente nas letras, na imagética e, acima de tudo, na música, que contrasta entre ambientes sombrios e opressivos e melodias belas e cintilantes, tudo ambientado no arcabouço de um death metal sólido.»
Sonoridade e referências: «Death metal melódico e agressivo tocado a uma velocidade vertiginosa é a descrição mais adequada para o som característico de Miles To Perdition. No entanto, o tecnicismo nunca impede a musicalidade, nem as canções a alta velocidade carecem de groove, já que as passagens blast-beat conseguem ser acompanhadas por riffs a mid-tempo ou headbanging pesadão.
At the Gates, The Black Dahlia Murder ou a maioria das bandas de death metal melódico que andam por aí sempre foram uma referência musical.»
Review: É de death metal fundido com um aroma de metalcore que esta banda do Luxemburgo se trata, e ouvindo-se temas como “SOMA” (em clara alusão ao “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley, sendo ainda mais evidente no vídeo) cedo percebemos a ferocidade e velocidade que desejam incutir. Numa mescla entre melodia e dissonância, sempre num teor bastante negro e pesado, os Miles To Perdition conseguem criar temas cativantes que facilmente farão parte da tua playlist.

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