Hanging Garden “Into That Good Night”
Reviews 8 de Novembro, 2019 Filipe Pinto


Editora: Lifeforce Records
Data de lançamento: 15.11.2019
Género: melodic death/doom metal
Nota: 3.5/5
Metal e Finlândia. Parece o casamento perfeito tal o número de projectos e pessoas envolvidas que abraçam esta sonoridade e obtêm sucesso ou criam bons trabalhos. Swallow The Sun, Sáwol, Hanging Garden, só para citar águas comuns, em 2019. Se os primeiros já atingiram uma dimensão que os coloca na linha da frente dos sons mais lúgubres e arrastados, os segundos estão aí após nove anos de silêncio e apostados em ganhar o seu espaço. Quanto ao colectivo de Mikkeli/Helsínquia, o seu sexto álbum, quarto pela Lifeforce Records, traz mais uma série de temas em que a melancolia reina, denominador comum aos oito temas de “Into That Good Night”, embora com nuances que acabam por criar diversidade e dissipar a possível monotonia que facilmente se pode instalar (como acabou por se registar no álbum “I Am Become” a dada altura). Os singles de avanço demonstram isso mesmo, uma fórmula de base e depois todo um trabalho que soube conjugar diferentes texturas, criando um todo bastante apelativo. “Rain” é o melhor exemplo dos resquícios de “Blackout/Whiteout” (2015), que ainda se podem ouvir por aqui, e poderia, perfeitamente, ser um tema dos The Gathering por alturas do “Mandylion”. Conjugado com o tema-título, temos o equilíbrio conseguido, e se fosse uma composição única talvez ficasse a ganhar.
“Of Love And Curses” e “Fear, Longing, Hope And The Night” respiram através de melodias cativantes e refrãos orelhudos, e ao fim desta primeira parte do álbum já percebemos que este é o trabalho mais consistente da banda, que muito do seu percurso resultou de experimentar sem medo de falhar e que hoje sabe aproveitar o que de melhor foi criando ao longo destes 15 anos. A segunda metade mantém o registo, mas sem manter a capacidade de arrebatamento conseguida até então – no entanto, “Navigator” e “Signs Of Affection” são temas bem interessantes.
“Into That Good Night” não nos parece um registo de risco, mas tem a grande mais-valia de ser um trabalho de balanço, de equilíbrios – mas também de marcar a sua posição para o futuro -, porque repescou boas coisas do passado, juntou tudo de forma muito feliz, soube sacar um punhado de músicas acima da média e tem tudo para dar o salto e mostrar ao mundo que a sua melancolia tem, ainda, muita luz para ser mostrada.

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