Tallah: a next-big-thing?

Da Pensilvânia, EUA, e inseridos naquilo que agora se rotula como nu-core, os Tallah lançaram recentemente o álbum “Matriphagy”, um trabalho conceptual sobre como uma mãe demasiado protectora leva o seu filho aos limites da insanidade através de abuso psicológico e físico. Tendo passado duas décadas preso numa prisão glorificada, e depois de resgates/escapes falhados, o filho, num estado de grande delírio, faz o imperdoável para se libertar do mundo malvado da mãe.

Até aqui, tudo bem – um conceito batido, mas, e convenhamos, sempre sedutor. Mas musicalmente… Bem… Será Tallah a next-big-thing?

Ouvindo-se temas como “Overconfidence”, “The Silo” ou “We, the Sad” não podemos deixar de apontar Tallah como algo a ser alvo de muita atenção a curto-prazo. Bandas e modas vão e vêm, e os Tallah só permanecerão sob a luz de intensos holofotes se todos fizerem o seu trabalho – da própria banda à editora, passando pela imprensa.

Basicamente, este nu-core recupera o nu-metal do final dos anos 1990 e adiciona o sangue-novo da cena deathcore. Os Tallah fazem isso e vão mais além, porque, apesar das referências (já vamos a isso seguidamente), soam muito a si mesmos. Podemos dizer que se parece com isto e com aquilo, mas não o é verdadeiramente – porque não é isto ou aquilo, é Tallah.

“We, the Sad”, por exemplo, é Korn, Slipknot e Linkin Park num só em pleno 2020, duas décadas depois dessas três bandas terem explodido mundialmente e numa altura em que o famigerado nu-metal está a ser verdadeiramente reconhecido como porta de entrada para muitos metaleiros e para uma geração de bandas com sucesso. Há o groove e as notas assustadoramente cintilantes das guitarras à Korn, um enfurecido peso metal e o DJing de uns Slipknot, uma bateria que respira Joey Jordison (da execução à produção) e uma voz que, no refrão, é capaz de nos fazer lembrar um Chester Bennington bem mais zangado. Já o vídeo é obviamente inspirado num universo à “Left Behind”.

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