Angelus Apatrida “Angelus Apatrida”
Reviews 3 de Fevereiro, 2021 Guilherme Werneck
Editora: Century Media Records
Data de lançamento: 05.02.2021
Género: thrash metal
Nota: 4.5/5
Um clássico instantâneo para se ouvir sem moderação, alto e bom som!
A celebrarem 20 anos de carreira, os espanhóis Angelus Apatrida lançam o sucessor do excelente “Cabaret de la Guillotine” (2018). Ao alcançarem o ponto mais alto da carreira e após um voo tão alto e de tanta qualidade como foi o último disco, fica sempre a pergunta: para onde ir agora? Bem, podemos dizer que souberam responder à pergunta com primor, com mais peso e qualidade – não é à toa que é uma das maiores bandas espanholas da actualidade.
É impossível dizer que a pandemia que tem vindo a assolar o mundo desde o ano passado trouxe algo de bom, mas é correctíssimo dizer que algumas bandas aproveitaram esse período, como o quarteto de Albacete – afinal, o que era para ser apenas um EP tornou-se num disco homónimo irretocável, com letras ainda mais trabalhadas e furiosas (isso não seria difícil para a genial mente criativa de Guillermo Izquierdo perante as atrocidades que o mundo enfrenta), para além de riffs e solos mais inspirados e criativos do que nunca. Como tal, podemos dizer que se o disco anterior não foi superado, no mínimo foi igualado em qualidade!
A primeira mudança perceptível na sonoridade do álbum é que a banda mudou a afinação das guitarras pela primeira vez em mais de 20 anos, e isso ouve-se desde a primeira faixa “Indoctrinate”, com riffs muito influenciados por Pantera. Como mencionado, as composições estão ainda melhores e mais vivas, tratando de temas extremamente actuais, como se pode verificar em “Bleed the Crown”, “Age of Disinformation” e “Empire of Shame”, tudo envolto pela sonoridade arrasadora clássica ainda mais refinada com óptimos trabalhos de Guillermo Izquierdo e David G. Álvarez nas guitarras, José J. Izquierdo no baixo e Victor Valera na bateria destruidora.
Angelus Apatrida é um dos nomes mais interessantes do thrash metal actual há alguns anos, com uma sonoridade altamente influenciada por clássicos como Megadeth, Exodus, Anthrax e tantos outros, mas ao mesmo tempo traz algumas características modernas e composições sempre riquíssimas. Neste novo trabalho, a banda segue ao mais alto nível, honrando as lendas do passado que tanto os inspiraram e também deixando o recado de que ainda há muita lenha para queimar e muito moshpit para rodar no futuro – esperemos que possa acontecer o quanto antes, porque, sem dúvida, ao vivo este álbum será ainda mais espectacular.
Um clássico instantâneo para se ouvir sem moderação, alto e bom som!

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