Petrucci: «É maravilhoso ter Portnoy no meu disco mas não especulem»
Entrevistas 17 de Fevereiro, 2021 Metal Hammer

Próximos e pessoais com John Petrucci, o guitarrista dos Dream Theater e aficionado cuidador de barbas.

Guitarrista de Dream Theater desde a fundação da banda em 1985, John Petrucci é um dos fundadores do metal progressivo. Não contente em apenas influenciar sucessivas gerações, também se diversificou nos domínios desconhecidos dos cuidados com barbas. “Terminal Velocity” é o seu último álbum a solo.
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O que há de pior em estar-se numa
banda?
É um bocado estúpido dizê-lo durante uma pandemia,
mas para um músico profissional é a quantidade de tempo que passas
fora. Toda a banda tem família. Por estar ausente durante nove meses
do ano perdi muitos funerais, casamentos e aniversários.
Qual foi o melhor conselho que
recebeste?
Um professor de música do ensino secundário
sugeriu que usasse um metrónomo. Naquela altura, associava
metrónomos a gajos velhos ao piano, mas ajudou-me muito a aumentar
gradualmente a velocidade da minha execução. Agora vivo disso. É a
melhor maneira de melhorar a velocidade em qualquer instrumento.
Quando foi a primeira vez que te
sentiste uma estrela do rock?
Responder a essa pergunta parece
pretensioso só por si. Não me considero uma estrela do rock. Mas o
nosso segundo álbum, “Images and Words” [1992], tinha uma música
chamada “Pull Me Under” que começou a ser tocada nas rádios de
rock. De repente, os nossos concertos esgotavam. Quando parámos de
conduzir nós mesmos e fomos num autocarro pela primeira vez, pareceu
um momento de estrela do rock.
Qual foi a tua pior experiência com
drogas?
Não dou nas drogas, mas quando era adolescente cedi à
pressão de colegas e de alguns miúdos mais velhos que me
convenceram a beber algo que era cafeína super-concentrada. Fez-me
sentir horrível. O meu coração disparava e sentia-me nervoso. A
experiência assustou-me. Lembro-me de ter pensado: ‘Por que é que
alguém fará isto por prazer?’
Quando foi a última vez em que choraste?
Choro por causa dos filmes da Disney. Mas um choro longo e forte é para quando algo emocional acontece. Perder um tio importante em Março passado deixou-me triste.
Embora sem barba no início de Dream
Theater, agora tens a tua própria linha de cuidados para barba,
incluindo uma cera de bigode exclusiva. É a pelugem facial um sinal
de admiração no heavy metal?
Com certeza. A barba torna o
metal mais pesado. E nada cheira melhor do que uma barba luxuosamente
cuidada. Deixar crescer a barba e aprender a cuidar dela é como
construir um jardim pela primeira vez – mandas-te a isso de cabeça.
O teu velho amigo Mike Portnoy, ex-baterista e co-fundador de Dream Theater, toca no teu novo álbum a solo “Terminal Velocity”. As pessoas estão a somar dois mais dois…
E a chegar a cinco. Quero mesmo evitar mensagens confusas. É maravilhoso que o Mike esteja no meu disco, mas, por favor, não especulem para além disso. Os Dream Theater estão em estúdio a criar incríveis novas músicas com o Mike Mangini [baterista actual]. Sinto-me mimado porque posso tocar com os dois
Mikes.
A diligência dos Dream Theater para
com a execução é lendária. Há algum ponto em que uma banda se
pode tornar demasiado regimentada e completamente limpa?
Sim,
existe. Todos nesta banda são extremamente disciplinados com os seus
instrumentos e o seu ofício. Mas os músicos de que mais gosto têm
um sentimento instintivo em relação ao que tocam. Todos em Dream
Theater têm isso, mas há um espírito rock’n’roll em tudo o que
fazemos – não é perfeito, as arestas ásperas fornecem a emoção
e o elemento [de imperfeição à] Rolling Stones. Sem isso, é certo
que as coisas se tornam muito clínicas.
Dream Theater é a maior banda prog
metal do mundo. Às vezes ouves discos de outros grupos e
arrependes-te de ter criado uma espécie de monstro de
Frankenstein?
[Risos] Sempre! É tão engraçado. Mas adoro
que as coisas se tenham expandido tanto. Quando começámos, prog
metal nem era uma coisa – havia Queensrÿche, Fates Warning e nós.
Agora Haken e Tesseract são a próxima geração. Mas sim, ouvimos
algumas bandas influenciadas por nós e pensamos: ‘Oh meu deus –
é um monstro de Frankenstein!’
Qual é a coisa mais rock’n’roll que já fizeste na vida?
Virei uma mesa cheia de bebidas nos bastidores, de propósito. Foi o meu momento à Padrinho. Estava a sentir-me exuberante. A limpeza não foi muito divertida.
Consultar artigo original em inglês.
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