Irdorath: derradeiro pecado
Subsolo 24 de Abril, 2020 Diogo Ferreira

Origem: Áustria
Género: black/thrash metal
Novo lançamento: “The Fina Sin” (2020)
Editora: Art Gates Records
Links: Facebook | Bandcamp
“The Final Sin” é o quinto álbum dos austríacos Irdorath e finaliza uma trilogia iniciada em 2013. A Metal Hammer Portugal conversou com o vocalista, guitarrista e único membro-fundador, Markus Leitner, que nos conta um pouco do percurso da sua banda e da satisfação obtida com a novidade discográfica, sem esquecer ataques directos à religião organizada.
«A ideia de eliminar deus / crença falsa pode ser um objectivo pelo qual vale a pena lutar.»
Tendo lançado um novo álbum a cada três anos, quão satisfeito estás com a carreira e com o novo álbum?
Desde a nossa fundação em 2005, passámos por muitos altos e baixos, seja por causa da perda de membros, pela decepcionante cooperação com editoras ou por qualquer outra coisa. Sou o único membro-fundador que resta e alguns acordos que fizemos no passado com editoras foram decepcionantes. Mas tivemos motivação para continuar e evoluir a partir de grandes experiências no palco, bem como através do feedback aos nossos discos / músicas e da devoção da nossa formação actual.
Então, por enquanto, concentramo-nos no nosso novo lançamento “The Final Sin” e na nova cooperação com a Art Gates Records. Estamos muito satisfeitos com o trabalho e com a cooperação, e estamos cheios de esperança de que esta colaboração continue!
Já agendámos alguns concertos promissores em toda a Europa e estávamos no estágio de planeamento de algumas digressões. Infelizmente, a pandemia do coronavírus atingiu-nos como a muitos outros, seja no ramo da música, no emprego ou no privado. Então, tivemos que cancelar tudo e estamos a trabalhar em novos concertos após o término da crise. No entanto, decidimos lançar “The Final Sin” conforme planeado. Para nós, deixar que esta epidemia nos derrube não é opção. Os fãs de música extrema anseiam por mais, mesmo ou especialmente agora.
Estamos mais do que satisfeitos e orgulhosos com o novo disco, e achamos que estamos mais perto do ponto a que as nossas influências e evolução nos levaram nos últimos 15 anos. Também estamos muito satisfeitos com o som e o trabalho do Hertz Recording Studio. Trabalhamos com eles desde “Denial Of Creation”, e os irmãos Wislawsky também estão a aprender mais sobre a ideia da nossa música e som. E consegue-se ouvir claramente que o resultado é excelente!
“The Final Sin” é um título muito forte que nos leva à morte e à condenação. Dirias que esses são os dois principais conceitos do álbum, tendo a religião como alvo final?
“The Final Sin” é o último capítulo da trilogia que começamos com “I Am Risen”. De alguma forma, é uma análise e reflexão crítica e cínica sobre a religião, o cristianismo e a miséria que trazida à humanidade. “The Final Sin” é o último ataque de Cristo renascido para apagar o divino e, com isso, dar à humanidade uma nova hipótese para agir melhor no futuro, sem o engano de uma falsa crença e sem a corrupção das instituições, como a igreja católica.
Portanto, sim, pode resumir-se assim, mas o principal aspecto subjacente é a crítica religiosa, que inclui a ideia de que a eliminação de deus / crença falsa pode ser um objectivo pelo qual vale a pena lutar. E não queremos dizer que ninguém deva acreditar no que quiser, mas a crença institucional nada mais é do que uma das maiores redes criminosas. Como em toda história registada que vemos, as autoridades usaram as religiões e os povos que acreditam nisso para suprimi-los, justificar guerras, matar, roubar e muito mais.
Era importante para nós encontrar um título forte e significativo, que leve o ouvinte à nossa principal temática lírica, apoiado pelo grande artwork que um artista desconhecido nos fez: Giannis Nomikos (GN ART). Ele conseguiu expor a nossa visão num pedaço de papel, o que nos impressionou desde logo.
Em relação à evolução da banda, dirias que a guitarra lead melódica e a bateria estrondosa são as maiores conquistas de “The Final Sin”?
É difícil de responder a essa pergunta. Tentámos encontrar o equilíbrio entre um som extremo e poderoso, que não destrua as melodias, a harmonia entre guitarras, as vozes e a dinâmica de cada música. E acho que o fizemos muito bem, estamos confiantes com o resultado.
E sim, tentamos aprender com cada disco que fizemos no passado, e tentamos encontrar os nossos pontos fortes e apagar pontos fracos. Assim chegámos a este ponto, em que a melodia ganha cada vez mais importância. Mas a bateria poderosa e a secção de ritmo têm o mesmo peso para mim ao compor músicas. Também se deve ter em mente que algumas coisas não são previsíveis ao compor-se músicas. Portanto, não usamos um cronograma quando compomos.
Somos uma banda em que o processo de composição não é mecânico, não há uma receita básica. É mais como um processo fluente entre mim e o nosso baterista, o Thomas.
-/-
“The Final Sin” é o novo álbum dos Irdorath e tem data de lançamento a 1 de Maio de 2020 pela Art Gates Records. A review ao disco pode ser lida AQUI.

Metal Hammer Portugal
Leaves’ Eyes “The Last Viking”
Reviews Out 20, 2020
Mors Principium Est “Seven”
Reviews Out 20, 2020
Demonical “World Domination”
Reviews Out 19, 2020
Atlases “Woe Portrait”
Reviews Out 19, 2020
Opacia: nas asas negras das pragas
Subsolo Out 19, 2020
Throane: um tiro no pé
Subsolo Out 16, 2020
Rïcïnn: dança celestial entre sagrado e obsceno
Subsolo Out 15, 2020
Gatecloser: melodia incontrolável
Subsolo Out 6, 2020