Iommi sobre “Black Sabbath”: «Não nos conformámos, estávamos a criar algo diferente»
Entrevistas 19 de Fevereiro, 2021 Metal Hammer

Gravada à pressa e inspirado em filmes de terror, a estreia dos Black Sabbath foi duramente criticada. Idiotas. O guitarrista Tony Iommi recorda o legado do álbum.

Em 1970, os Black Sabbath criaram o big bang do heavy metal com o seu álbum homónimo. Frequentemente imitado, mas nunca superado, o sucesso dos Black Sabbath fez com que gravassem alguns dos lançamentos mais vendidos e mais importantes dos anos 70 e, praticamente sozinhos, deram origem ao movimento heavy metal.
Sendo o primeiro passo numa carreira destinada a provar-se estratosférica, o guitarrista Tony Iommi recorda o clássico inicial dos Black Sabbath.
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O que esperavas alcançar com o
primeiro álbum dos Sabbath?
Queríamos que fosse mais pesado
do que qualquer coisa que tínhamos ouvido antes. Naquela altura,
toda a gente queria que tocasses o que estava na moda. Mas não nos
conformámos. Estávamos a criar algo diferente.
Quem vias como competição?
No
início havia uma rivalidade entre Black Sabbath e Led Zeppelin e
Deep Purple, mas não era uma rivalidade má. Não éramos horríveis
uns com os outros.
O que se passava na tua cabeça
quando escreveste a música “Black Sabbath”?
Gostava do
poder e da atmosfera dos filmes de terror, e isso marcou a minha
composição.
Estavas a envolver-te no oculto ou
era mais profundo do que isso?
Estávamos realmente
interessados nisso, especialmente o Geezer [Butler, baixista] e eu.
Muito interessados sobre como era o outro lado da vida.
Experimentámos um tabuleiro Ouija e assustámo-nos uns aos outros.
Acho que naquela altura estávamos abertos a muitas coisas. Éramos
jovens, aprendíamos e apenas tentávamos experimentar as coisas.
A gravação do álbum foi uma
experiência nova para ti…
Oh sim. Não sabíamos nada sobre
gravação. Tudo o que sabíamos naquela altura era tocar as músicas,
como fazíamos nos concertos. Portanto foi muito diferente para nós
entrar num estúdio com um produtor. E como só tínhamos alguns dias
para fazer o álbum inteiro, foi difícil porque só tinhas uma
hipótese em cada música. Estávamos do tipo: c*ralho!
Como te sentiste quando o álbum foi
lançado?
Adorámos a ideia de lançar um álbum. Claro que
nem por um minuto sabíamos o que aconteceria. Foi muito
entusiasmante poder fazer um álbum.
E depois surgiram as críticas
negativas…
Não foi bom ler as críticas. Eu apenas disse
‘oh meu deus!’. Não me importava se um crítico dissesse: ‘Não é a
minha praia, mas muitos miúdos gostam disto.’ Mas eles disseram que
ninguém gostava de nós. Foi um bocado desolador.
Também foram rotulados como
satanistas. Como te sentiste sobre isso?
Acho que, de certa
forma, nos ajudou. A certa altura não estávamos a dar entrevistas,
portanto ninguém sabia muito sobre nós. Ouvia histórias de pessoas
com medo de nos conhecer. Mas isso criou uma cena e as pessoas
queriam aparecer e ver como éramos. Portanto, na verdade, a imagem
era boa e má.
E no fim a crítica errou – o álbum foi um sucesso e os Sabbath tornaram-se dentro em breve uma das maiores bandas do mundo…
Ficámos maravilhados pelo álbum se ter saído tão bem. Mas o mais importante é que acreditávamos no que fazíamos, e era assim que vivíamos desde o início. Tivemos de saltar muitas cercas, mas sempre em frente. É a única maneira de fazeres isto. Não podes simplesmente desmoronar por causa do que as outras pessoas dizem. Tens de acreditar no que fazes. E certamente foi o que fizemos.
Consultar artigo original em inglês.
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