Bom e satisfaz, mas não surpreende.

Editora: Massacre Records
Data de lançamento: 23.04.2021
Género: heavy metal
Nota: 3/5

O quarto álbum destes argentinos é bom e satisfaz, mas não surpreende.

Sendo uma das grandes apostas da Massacre Records, sobretudo para o power/true metal, os Feanor fazem ressurgir uma tendência muito anos 80 de um true metal épico e evocativo de grandes batalhas a soldo de reis poderosos em busca de conquistas e territórios, mas sempre com uma inclinação mais fantasiosa.

O quinteto argentino conta com David Shankle, ex-guitarrista dos Manowar e um dos principais compositores do icónico “The Triumph of Steel”, percebendo-se logo com este nome na formação que os argentinos querem demonstrar o seu lado mais puro e homogéneo do heavy metal. Este true metal é, para muitos, a verdadeira forma do metal, e os Feanor neste “Power of the Chosen One” cumprem as expectativas dos fãs deste subgénero musical. A vantagem de terem na sua armada alguém como Shankle é o poder criativo que este transporta na composição de um álbum que é uma sequela solta do icónico disco dos Manowar, conseguindo assim abranger uma significativa fatia dos ouvintes do género.

Este quarto lançamento de estúdio enriquece muito a discografia de uma banda que se foi recompondo e montando no espectro do heavy metal, com uma evolução significativa ao nível de produção e de sonoridade. Na realidade, o true metal fez sempre parte da génese do que é Feanor, mas a entrada de Shankle adicionou um travo mais heavy metal e de peso a uma sonoridade que acabava por se manter relativamente rotineira. Apesar de ainda haver homogeneidade, existem mais componentes de interesse neste disco: narrativa, criatividade e desempenho global dos membros.

“Power of the Chosen One” poderá pecar pela sua especificidade de género musical, mas atrairá muitos fãs da música feita nos anos 80 no que toca a heavy metal. O quarto disco do grupo incorpora uma toada crua e pouco trabalhada, mas faz lembrar a realização duma odisseia de descoberta e batalha, o que, por si só, é muito difícil de concretizar num álbum.

A faixa homónima demonstra uns Feanor rápidos e agressivos, enquanto “Metal Land” mostra-os mais lentos, mas potente. A épica “The Return of the Metal King” adjectiva o sentido dado à palavra épico, levando o ouvinte numa verdadeira odisseia de metal que junta algum power ao heavy metal, potenciando uma boa experiência aos fãs acérrimos do heavy clássico e específico dos anos 80.

Apesar de ser um bom longa-duração, a realidade é que nos transporta para um tempo que já não é o dele, pois a música evoluiu, bem ou mal, para outras direcções. “Power of the Chosen One” potencia o true metal a precisar de recordação, mas poderá falhar no aspecto da originalidade, bem como no da produção, que poderá ter ficado aquém, mesmo para um disco deste género. O quarto álbum dos argentinos é bom e satisfaz, mas não surpreende.

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